A Polícia Civil divulgou, na tarde deste sábado (8), o nome de 27 mortos na operação de quinta-feira (8) no Jacarezinho, comunidade na Zona Norte do Rio. Foram 26 mortos, incluindo o policial civil André Frias, de 48 anos. A polícia corrigiu a informação dada mais cedo de que, além do agente, 28 civis haviam morrido e o número total teria sido 29.
Veja a lista completa abaixo:
- André Frias – policial civil
- Jonathan Araújo da Silva
- Jonas do Carmo Santos
- Márcio da Silva Bezerra
- Carlos Ivan Avelino da Costa Junior
- Rômulo Oliveira Lúcio
- Francisco Fábio Dias Araújo Chaves
- Cleyton da Silva Freitas de Lima
- Natan Oliveira de Almeida
- Maurício Ferreira da Silva
- Ray Barreiros de Araújo
- Guilherme de Aquino Simões
- Pedro Donato de Sant’ana
- Luiz Augusto Oliveira de Farias
- Isaac Pinheiro de Oliveira
- Richard Gabriel da Silva Ferreira
- Omar Pereira da Silva
- Marlon Santana de Araújo
- Bruno Brasil
- Pablo Araújo de Mello
- John Jefferson Mendes Rufino da Silva
- Wagner Luiz Magalhães Fagundes
- Matheus Gomes dos Santos
- Rodrigo Paula de Barros”
- Toni da Conceição
- Diogo Barbosa Gomes
- Caio da Silva Figueiredo
- Evandro da Silva Santos
Durante o enterro do inspetor, André Frias o secretário da Policia Civil, Allan Turnowisk elogiou a ação da polícia. “A inteligência já confirmou todos os mortos como traficantes, 19 com folhas corridas até agora”, disse o secretário
Considerada a mais letal da história do estado do Rio de Janeiro, a operação policial foi realizada para desarticular uma quadrilha de traficantes de drogas que, entre outros crimes, era suspeita de aliciar menores de idade.
Defensores dos direitos humanos questionam a legalidade da operação, que também despertou a preocupação da Ordem dos Advogados do Brasil, da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e do o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos. As três instituições pediram investigações rigorosas e imparciais e ressaltaram o compromisso do Estado no respeito aos direitos humanos.
Responsável por fiscalizar a legalidade da ação, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro emitiu uma nota em que informa que está investigando as circunstâncias das mortes ocorridas durante a operação.
“Todas as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis em decorrência dos fatos ocorridos estão sendo tomadas pelo MPRJ”, diz o texto, que informa que a promotores estiveram presentes na comunidade, acompanhando os desdobramentos da operação. “Cabe destacar ainda que o MPRJ acompanha a perícia nos corpos das pessoas mortas durante a intervenção policial”, informou a nota.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e afirmou na noite de ontem que a operação foi “o fiel cumprimento de dezenas de mandados expedidos pela Justiça”. Em pronunciamento divulgado ontem (7), Castro afirmou ter determinado transparência total ao processo e disse que o governo do estado é o “maior interessado em apurar as circunstâncias dos fatos”.
“Antes de mais nada, é preciso deixar claro que a operação de quinta-feira (6) da Polícia Civil foi o fiel cumprimento de dezenas de mandados expedidos pela Justiça. Foram 10 meses de trabalho de investigação, que revelaram a rotina de terror e humilhação que o tráfico impôs aos moradores”, declarou o governador.
Já uma nota conjunta assinada por entidades como a Anistia Internacional no Brasil, a Justiça Global, o Instituto Marielle Franco e o Movimento Negro Unificado classifica a operação como um massacre. Defensores de direitos humanos, moradores de favelas e familiares de vítimas de violência policial realizaram protestos ontem (7) contra as mortes.
Foto: ABr