Em operação conjunta com vários órgãos, a Secretaria Municipal de Assistência Social realizou na manhã desta terça-feira (15) ações de combate ao trabalho infantil no Mercado da Ceasa, em Irajá. Foram mapeadas 20 crianças e adolescentes que se encontravam na região realizando vários tipos de trabalhos, como catadores de alimentos e venda ambulante de doces e balas. As equipes da Assistência Social conversaram com as famílias e comerciantes, com entrega de material de conscientização sobre os prejuízos dessa prática. No total, foram mais de 100 abordagens, que incluíram a distribuição de máscaras.
“Nosso trabalho aqui é para resgatar a consciência da população carioca quanto à importância do combate ao trabalho infantil, de denunciar essa prática perversa. Criança foi feita para estar na escola e não para trabalhar”, afirmou a secretária de Assistência Social, Laura Carneiro.
“ É uma forma de conscientizar, sem punir, mas demonstrando a necessidade de que a gente cumpra o que diz a Organização Internacional do Trabalho no ano de 2021: erradicar o trabalho infantil no Rio de Janeiro”, disse Laura.
A secretária elogiou a Comlurb pela criação de 900 vagas no programa Jovem Aprendiz: – Sabemos da questão econômica que leva as famílias a essa situação, mas nesse programa se garantem os direitos da criança e adolescente, com máximo de quatro horas de trabalho e acompanhamento para que ela esteja na escola.
A operação realizou 13 atendimentos que incluíram orientação jurídica e encaminhamento para documentação civil; 17 estabelecimentos comerciais receberam as equipes para sensibilização sobre os temas do trabalho infantil, abuso e exploração sexual da criança e do adolescente. Também foram abordadas 35 pessoas em situação de rua, das quais 23 já possuem acompanhamento. Participaram as equipes do Centro de Referência em Assistência Social (CRA) Rubens Correa e do Centro de Referência Especializada em Assistência Social (Creas) Wanda Engell.
Trabalho infantil concentra mais de 160 milhões crianças
Até o próximo ano, mais 8,9 milhões de crianças e adolescentes correm o risco de ficar em situação de trabalho infantil em todo o mundo devido à pandemia. De acordo com o documento “Estimativas Globais de 2020, tendências e o caminho a seguir”, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o número global é de 160 milhões.
2021 foi eleito pela ONU como o Ano Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil, marcando a retomada da parceria entre a Assistência Social e a Ceasa para ações contínuas de conscientização e enfrentamento à exploração sexual e ao trabalho infantil. Habitualmente, duas equipes de profissionais da SMAS circulam pelo Mercado de Irajá e seu entorno para fiscalização, também com parceiros da ação de hoje.
Foto: Prefeitura do Rio