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saúde

Foto: divulgação

Uma vontade incontrolável para que algo aconteça de forma rápida. Contar os dias da semana para comer doces, chocolate, ir ao parque, ao cinema. Não é desse jeito que a ansiedade se manifesta nas crianças. Está ligada à preocupação, ao nervosismo e ao medo intenso, diante de um perigo ou ameaça, mas se torna um distúrbio a partir do momento em que passa a atrapalhar o aprendizado e, também, os relacionamentos, sejam familiares ou de amizade.

É um dos problemas de saúde mental mais comuns na infância. É o que diz o psicólogo Gustavo Zancheta. Segundo ele, perde apenas para o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e, de acordo com dados de uma pesquisa feita pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, 10% da população infanto-juvenil sofre de algum quadro de ansiedade, em maior ou menor grau. “Por isso, é importante tratar desde cedo a fim de reduzir as chances do quadro evoluir.

Zancheta relata que é, basicamente, um estado de apreensão, de angústia, de desconforto e tensão, decorrentes de projeção ou perigo. As causas, normalmente, são resultantes de traumas, do ambiente familiar, escolar disfuncional ou ameaçador, causas hereditárias. Já os sintomas, se assemelham muito aos observados em adultos, todavia é essencial que os pais, tutores e professores fiquem atentos aos pensamentos catastróficos e muito pessimistas, além de um comportamento irritadiço e inquietação, fora do comum. “A ansiedade prejudica o rendimento escolar, pois geram uma falta de foco nos estudos e as dificuldades em prestar atenção pioram, visto que a criança se sente angustiada e frustrada”.

Quanto ao tratamento indicado, declara que depende da intensidade dos sinais apresentados. O medicamento é indicado, somente, em situações gravíssimas. Na maioria das vezes, a terapia é suficiente para melhorar o quadro, logo a TCC (Terapia Cognitiva-Comportamental), uma abordagem da psicologia que busca identificar padrões de comportamentos, pensamentos, crenças e hábitos disfuncionais. “Os pais devem evitar cobranças excessivas, gritos e brigas. O ideal é que adotem uma postura acolhedora, compreensiva e empática junto à criança ansiosa, que irá perceber equilíbrio emocional e assim, tende a superar com mais tranquilidade os momentos de ansiedade intensa”, finaliza.

@gustavozancheta.psi