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Rio de Janeiro / Cotidiano

“O livro costurava a vida dele, e hoje seu nome batiza uma biblioteca”, disse ​a ensaísta e crítica literária Heloísa Buarque de Holanda​, durante a inauguração da ​​Biblioteca Ecio Salles​, na Gávea. ​​Mais um espaço para se pensar a relação entre cultura e cidade. Em homenagem ao escritor e produtor cultural carioca Ecio Salles (1969-2019), um dos criadores da Festa Literária das Periferias (Flup), a Prefeitura​ do Rio​, por meio das secretarias de Cultura e de Governo e Integridade Pública, ​abriu as portas do novo equipamento cultural ​​na noite de terça-feira (16/11), ​na presença da viúva Daniele Salles e as duas filhas, além de outros familiares e amigos de Ecio.

“ Essa biblioteca não é só uma homenagem em memória ao Ecio. Aqui é um espaço que dará continuidade ao trabalho desse grande intelectual, um centro de conhecimento sobre a relação entre cultura e cidade assim como foi o seu legado, não só para a periferia, mas para toda a cidade”.– ressaltou o secretário municipal de Cultura, Marcus Faustini.

O equipamento fica dentro da Fundação Planetário, na Gávea, e seu funcionamento será gratuito, de segunda a sexta, das 9h às 17h.  São dois ambientes: um direcionado à leitura, com acervo sobre o Rio e capacidade para até 20 pessoas; o outro (sala LAB) para debates, cursos e workshops. Ambos com o objetivo de propor reflexão e construção de novas narrativas sobre a cidade. O leitor será cadastrado para pesquisa, empréstimos e consulta. Haverá acesso à internet.

“ Hoje​,​ quando topei com a foto dele aqui​,​ primeiro briguei: ‘tu me deixou sozinha, cara’, mas depois celebrei. Ninguém soltou minha mão​ desde que ele se foi​. Hoje, este caldeirão que vai ferver cultura, mobilização e conhecimento, me dá a certeza de que toda vez que sentirmos saudade de Ecio vamos ter onde encontrá-lo – destacou a viúva Daniele Salles – sobrinha-neta do Candeia “, que conduziu o sarau de inauguração, ao som de Nelson Cavaquinho, acompanhada das duas filhas do casal e por nomes como ​​Heloísa Buarque de Holanda.

Por ser uma biblioteca com foco no Rio, uma grande parte do acervo veio de doações, sendo a maior delas da empresa Persona, que entregou 450 livros. Obras de autores de João do Rio a Luiz Antônio Simas estão na coleção, incluindo também Milton Guran, Marcelo Moutinho e Marcus Faustini, este último atual secretário municipal de Cultura do Rio. Instituições como Observatório das Favelas, Fundação Darcy Ribeiro, Instituto Pereira Passos, Editora Record e Biblioteca Popular Abgar Renault também fizeram doações.

“ Estamos celebrando a possibilidade de criar pontes e, assim, pensar o Rio como Ecio nos ensinou”, disse Gledson Vinícius, presidente da Fundação Planetário.

Foto: Prefeitura do Rio