Por: Dr. Leonardo Quicoli, médico cardiologista
As valvopatias são distúrbios que acometem as valvas que estão localizadas dentro do coração, podendo causar algumas doenças cardíacas e até mesmo a morte. A disfunção valvar compromete o funcionamento da bomba cardíaca, gerando consequências sistêmicas. Nesse texto, falaremos sobre as principais disfunções valvares e suas repercussões.São doenças que atingem as válvulas cardíacas, fazendo com que não funcionem corretamente.
As 4 válvulas do coração são: a válvula tricúspide, mitral, pulmonar e também aórtica, que se abrem e fecham sempre que o coração bate, permitindo a circulação do sangue. Quando estas válvulas sofrem lesões podem surgir dois tipos de problemas:
– Estenose: quando a válvula não abre corretamente, impedindo a passagem do sangue;
– Insuficiência: quando a válvula não fecha corretamente, provocando refluxo de sangue.
A febre reumática pode causar a valvopatia reumática, que pode ocorrer devido a defeitos de nascença nas válvulas do coração, alterações relacionadas com a idade, endocardite ou lúpus.
Os sintomas das valvopatias são a presença de sopros no coração, fadiga, falta de ar, dor no peito ou inchaço. Muitos indivíduos têm valvopatias, mas não apresentam sintomas, nem têm qualquer tipo de problema cardíaco. Porém, em outros indivíduos, a valvulopatia pode piorar lentamente ao longo da vida, provocando problemas cardíacos graves como insuficiência cardíaca, derrame, coágulos sanguíneos ou morte súbita por parada cardiorrespiratória.
O objetivo do tratamento das valvopatias é reduzir a evolução da insuficiência cardíaca e prevenir complicações. Procure um especialista indicado para diagnosticar e indicar o melhor tratamento para o indivíduo com valvulopatia.
Valvopatia aórtica
A valvopatia aórtica é uma lesão na válvula aórtica, localizada no lado esquerdo do coração, que permite a passagem de sangue entre o ventrículo esquerdo e a artéria aorta. Os sintomas da doença vão piorando ao longo do tempo, sendo que nas fases iniciais podem ser palpitações e falta de ar, enquanto nas fases mais avançadas pode surgir insuficiência cardíaca, dificuldade para respirar, perda de consciência, angina de peito e náuseas.
O tratamento consiste em repouso, alimentação sem sal e uso de remédios diuréticos, digitálicos e antiarrítmicos. Nos casos mais graves, pode ser necessário a cirurgia para substituir a válvula aórtica.
Valvopatia mitral
A valvopatia mitral é a mais comum e surge devido a lesões na válvula mitral, que se localiza entre o ventrículo e a aurícula esquerda do coração. Os sintomas mais comuns desta doença podem ser sensação de falta de ar, tosse, fadiga, náuseas, palpitações e aparecimento de inchaço nos pés e pernas.
Alguns medicamentos como diuréticos, anticoagulantes, antibióticos e anti-arrítmicos estão indicados no tratamento da doença pois regularizam a frequência e a função cardíaca. A reparação da válvula danificada através de cateterismo cardíaco e a substituição cirúrgica da válvula por uma prótese, podem ser usadas como tratamento nos casos mais graves.
Valvopatia pulmonar
A valvopatia pulmonar surge devido a lesões na válvula pulmonar que se localiza no lado direito do coração e que permite a passagem de sangue do coração para o pulmão. Esta doença é menos frequente e normalmente deve-se a defeitos cardíacos de nascença.
Os sintomas da doença só surgem em estados avançados e podem ser inchaço das pernas, cansaço muscular, falta de ar e episódios de paragem do coração. O tratamento consiste sempre em cirurgia para tratar a lesão ou substituir a válvula.
Valvopatia tricúspide
A valvopatia tricúspide ocorre na válvula tricúspide localizada entre o ventrículo e a aurícula direita que permite a passagem de sangue entre estes dois locais do coração. As valvulopatias tricúspides normalmente surgem devido a infecções como febre reumática ou endocardite e a hipertensão arterial pulmonar.
Os sintomas mais comuns desta doença são aumento do peso, inchaço das pernas, dor de barriga, cansaço e, em casos mais avançados, sensação de falta de ar, palpitações e angina do peito. O seu tratamento consiste no uso de medicamentos diuréticos, antibióticos e, em casos graves, pode ser necessária cirurgia para reparar ou substituir a válvula.