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Rio de Janeiro / Cotidiano

Evelyn Castro celebra o sucesso da hilária Deusa de “Quanto Mais Vida Melhor”, estreia nova série no streaming e diz que o humor traz leveza e faz pensar

Por Claudia Mastrange

A atriz Evelyn Castro ganhou projeção nacional quando soltou a voz no programa “Fama 4”, da Globo. Desde então, a música permeou sua trajetória, incluindo participação em musicais, como “Tim Maia”, “Cássia Eller”, “Vamp”, mas a veia do humor fez essa carioca da Tijuca ganhar de vez o coração do público, depois de se destacar no elenco do “Porta dos Fundos” e mais recentemente na pele da hilária Deusa, da novela “Quanto Mais Vida Melhor”.

“A minha entrada no ‘Porta dos Fundos’ foi algo surreal, eu não tenho nem como dizer isso pras pessoas. Eu chamo de Deus”, conta ela avaliando o começo do ‘boom’ em sua trajetória como artista. Em 2017, ela integrou no elenco fixo do “Porta “, após chamar a atenção de Fabio Porchat, que incentivou os colegas a convidá-la para um teste. Resultado: é uma das atrizes protagonistas do canal, até nos dias de hoje.

Evelyn atuou na série “Um contra todos”, na FOX Premium, e na série “Mecanismo”, na Netflix. Participou também da série Matches, uma produção da Migdal Filmes para a Warner Channel. No cinema estrelou os longas,  “Tô Ryca 2”, em que fez a antagonista, ao lado de Samantha Schmutz, “A Sogra Perfeita”, ao lado de Cacau Protásio e “Juntos e Enrolados”, ao lado de Cacau Protásio e Rafael Portugal.

Atualmente vive a hilária “Marraia Carey”, na série cômica da Multishow “Tô de graça”, ao lado de Rodrigo Santana. Já se prepara para estrear sua nova personagem, a Maria Augusta, na série “Encantado’s”, na GloboPlay. “ Ela é uma suburbana do Encantado e eu sou uma suburbana da Tijuca…”, antecipa a atriz, indicada a vários prêmios por sua performance no musical “Quebrando Regras – Um tributo a Tina Turner- Uma comédia musical”, que em breve volta aos palcos.

Multitalentosa, atriz, humorista, cantora, Evelyn também é só felicidade na vida pessoal, planejando o casamento com o namorado Alisson, “um parceirão”, segundo ela, e curtindo demais ser mãe de Juan. “Ser mãe é uma grande loucura. É uma doideira, mas vou te falar, eu nasci pra ser isso. Amo ser mãe”, conta, cheia de planos para 2023. “Espero estar velhinha fazendo tudo isso”, finaliza. O público agradece!

Confira o papo exclusivo da atriz à Mais Rio de Janeiro.

Sempre quis ser artista como a maioria das crianças? Era espevitada, aquela menina ‘amostrada’?

É bom começar falando da minha trajetória. Olha, eu sempre quis trabalhar com teatro assim e quis fazer o povo rir. Com isso eu me identifiquei. Desde criança, quando tinha as coisinhas de escola, eu sempre quis; cantava, dançava… Aqui inventava o teatrinho pra fazer, desenhava também. Então eu sempre procurei estar envolvida artisticamente com alguma coisa. Mas Aparecida, assim, nunca fui não. Eu sempre fui uma criança tímida, mas entre os amigos muito fanfarrona, muito palhacita. E eu gostava de fazer rir. Mas a criança que gosta de aparecer não.Minha família foi descobrir que eu cantava, eu já tinha uns 18 anos. Então eu sempre fui tímida para algumas coisas.

 Quando viu que o humor era a sua praia?

Vi que o humor era na minha praia quando eu comecei a fazer teatro na minha escola. Estudei no colégio Santos Anjos, no Rio de Janeiro, na Muda. A gente tinha aula de arte e eu amava.A gente tinha uma aula de teatro e, toda vez que a gente montava um espetáculo ou uma peça. Lembro que a primeira peça que eu fiz nesse colégio foi Branca de Neve e eu fui a Branca de Neve. Nessas horas, que eu não tinha noção, eu levantava o dedo e falava eu quero ser, eu vou fazer… E quando eu chegava no palco, não sei nem explicar isso, meio que deturpava a coisa e eu sabia de que forma poderia fazer aquilo e que iria fazer a galera rir. E aí eu comecei a virar a palhacita da escola mesmo. E eu gostava daquilo ali.

E depois?

Aí passei por um hiato né? Na minha vida, de não fazer mais teatro e vestibular, enfim, ficar voltada mais pra isso. Eu virei cantora profissionalmente e nos palcos também na noite carioca. E, enquanto cantora, eu falava muita coisa num palco, amava fazer o povo rir. Em eventos corporativos brincava com diretores, enfim, donos de empresa. Em casamento, adorava falar com os noivos e tal. Então, eu sempre gostei muito desse contato com o público e trazer o humor. Na música também. Estava cantando ali e quebrava aquilo, tipo: meu Deus como é boba, olha o que essa garota falou. Então eu sempre gostei de dar essa quebra, dessa coisa dúbia. Quando eu comecei a fazer musical, a atriz começou a falar muito na frente da cantora. Quando eu saía do espetáculo e as pessoas vinham me parabenizar: ah você canta muito bem… Eu falava puxa que bom obrigada, claro.. Mas quando vinha falar: meu Deus eu me escangalhei de rir com você … Ali meu pavão abria e eu saía satisfeita da minha noite de espetáculo.

Na pele da hilária Deusa, em “Quanto Mais Vida Melhor”

Como foi estrear nas novelas como a  Deusa? E como foi achando o tom daquela empregada abusada e cheia de personalidade e graça? Foi bacana que você a fez ganhar uma historinha e tanto com o amado né?

Estrear numa novela não poderia ter um gostinho tão especial quanto foi a Deusa né? Especial tanto no sentido duro da vida quanto no sentido grandioso da vida. Ela veio pra até me dar um colo de perda que a gente passou aí com pandemia, com essa situação toda. Ela é muito especial pra mim, nunca mais vou esquecer, principalmente por a gente viver nessa quarentena, nessa situação toda de alerta. Então ela tem um gostinho especial, além de eu ter certeza de que tudo contribuiu pro meu amadurecimento. O meu amadurecimento enquanto pessoa contribuiu pro meu amadurecimento profissional também e fez com que eu destrinchasse a Deusa e observasse.Tive  tempo também pra observar essas mulheres, essas donas de casa, essas cuidadoras maravilhosas, essas secretárias do lar que cuidam tão bem das pessoas e ao mesmo tempo são tão bonitas, são tão vaidosas. Então procurei unir a Deus ao coração dessas mulheres de verdade e quando a coisa foi acontecendo porque ela já foi especial desde o teste, né? Que eu tive um encontro com o Thardelly (Lima, intérprete do Odailson) no teste, nunca tinha trombado com o Thardelly, fizemos um teste com pura química, eu acho que eu nunca mais vou encontrar alguém com tanto jogo cênico comigo, sei lá, é assustador. Até quando a gente se encontra e faz brincadeira a coisa dá muito certo, é impressionante. A Deusa ela foi um grande pacote de presente. No momento de dor que a humanidade estava vivendo, eu também estava vivendo e Deusa, e já foi um abrigo.

O que o povão te dizia nas ruas e nas redes?

Olha, é muito louco isso porque é claro que queremos ser reconhecidos pelo nosso trabalho, acho que qualquer setor. É que no nosso a gente coloca a nossa cara ali e invade a casa das pessoas, mexe com emoções…. É uma delícia encontrar pessoas na rua que falem do meu trabalho. Isso acontece desde o  “Porta dos Fundos”, passando por “Tô de Graça”. Aliás isso já acontecia desde os musicais numa proporção menor. As pessoas me conhecem e me identificam de muitos lugares. E eu gosto disso porque eu sou multi. Tenho muito orgulho em dizer que toda mulher é multi. E é uma delícia. Adoro ter feedback e tanto pro bom quanto pro ruim. Enfim já tive né? Imagina trabalho em “Porta dos Fundos”. A gente aborda questões ali dentro que as pessoas nem sempre recebem de uma maneira boa. E estou sempre também disposta a conversar e tal. Claro, se vier com falta de educação não. Não estou disposta a conversar. Mas é uma delícia. É um presente.

Esperava esse sucesso do trabalho coma Deusa?

Eu espero o reconhecimento do meu trabalho. Eu espero a construção dessa carreira. Eu espero estar velhinha ainda fazendo isso. É isso que eu espero. Eu tenho um pouco de medo do sucesso. Eu fiz em 2005  o programa ”Fama” e falo que eu fiz um caminho inverso. Fiz o “Fama”, foi um boom danado, saí da Rede Globo ao vivo todo sábado cantando com torcida. Saí de lá na loucura, saí escoltada de shopping e olha que a gente não tinha Instagram, não tinha internet como é hoje, a gente só tinha o Orkut. Imagine se fosse hoje. Fiquei confinada lá dentro, três meses e tal em segundo lugar e depois eu tive uma queda, assim, porque era o certo né? É parte da construção dessa carreira.  Tenho um pouco de medo do sucesso … Acho um cometa, que a gente tem altos e baixos. A Deusa foi um momento maravilhoso. Agora eu estou tranquila, estou pensando na minha carreira, em fazer outras coisas. Já gravei outras coisas, vem coisa boa aí.. Hashtag vem coisa boa aí. E aí vamos ver no que vai dar.  Então o sucesso … tenho um pouco de medo dessa palavra. Eu sou muito pé no chão e gosto disso. Eu prefiro ficar com meus pés no chão.

Como foi gravar a novela, durante a pandemia?

Olha, os bastidores da novela eram incríveis. Por mais que a gente ficasse em isolamento, porque passamos por esse momento muito delicado… Cada um no seu camarim, máscara, não pode aglomerar, não podia nem passar texto. Posso dizer que no meu núcleo a gente conseguiu pérolas. E eu fiz amigos ali. Era “Quanto mais vida melhor, né? Quanto mais amizade melhor.  Tinha uma galera que estava vindo de “Bacurau”, que era do Thardelly, Suzy Lopes, a Bárbara. Ana Lúcia Torre era uma galera também muito pé no chão A  gente se completava muito nisso, ‘ornava’, tinha um equilíbrio, energia aí. Então foi um astral incrível. A gente se abraçou muito, mesmo não abraçando. Entende? Naquele momento.

Como foi a entrada no Porta dos Fundos? Ali é o humor escancarado né….

A entrada no “Porta dos Fundos” foi algo sensacional. É um grande marco na minha vida. Sempre fui fã deles, é incrível, eu acho os caras gênios. Eu nunca imaginei que eu pudesse tê-los como colegas de cena há seis anos. Então, quando olho pra trás, e a gente está aí completando dez anos, falo meu Deus do céu é sério isso? A minha entrada foi algo surreal, eu não tenho nem como dizer isso pras pessoas. Eu chamo de Deus, não tem como eu não falar dEle. Eu chamo de Deus, na sua forma que eu não consigo compreender. Mas é Deus. É toda força divina que eu acredito. Porque eu estava amamentando uma criança. Tinha acabado de fazer um filme, que também foi Deus. Falo que a minha arte é formada por colchinha de retalhos então eu tenho mais que cumprir esse meu serviço mesmo. É uma missão e o Fábio viu um trailer meu no cinema e falou; ‘ela tem a ver com a gente vamos chamar ela pra fazer um teste, ver se ela topa fazer um vídeo’. Então os meus testes já foram fazendo vídeos. Fiquei seis meses assim e deu certo. Eu entrei.

Acha que  há limites para o humor?

É uma pergunta que sempre fazem pra gente… Eu não acho que o “Porta” tem um humor escancarado, acho que ele é um humor que faz a gente pensar, refletir é um humor que coloca a gente na parede. Muitas vezes a crítica está sendo pro outro lado e você acredita que está sendo pra você… Então faz a gente repensar valores sim. E a gente não diz o que está certo, o que está errado, a gente só quer colocar pra pensar. E há limites sim pro humor. Acho que não cabe mais ofender ninguém. Corpos, cor, posições né? Acho que isso não cabe. Não cabem umas doenças. Acho que a gente vai aprendendo ao longo também. Sempre falo que eu estou aqui pra aprender, não sou uma máquina. Não vou ser perfeita e pode ser que eu ofenda alguém em algum momento. E estou aqui pra ouvir. E pra tentar entender o lado dessa pessoa. Acho que isso é importante. Instiga a gente também a fazer cada vez mais um humor inteligente. Sem precisa uns artifícios, de sempre denegrir o outro.  É importante a gente refletir.

É realmente mais difícil para as meninas cavarem seu espaço no lugar do humor?  Existe um diferencial no tipo de graça delas?

Tenho respondido muitas perguntas relacionadas à mulher no humor. E é mais difícil sim; eu tenho a sorte de estar com os caras que estão dispostos a cada vez mais a se reinventar. A aprender também. Então sim, as mulheres precisam de um espaço, acho que isso é importante. Acho que, no geral, ainda existe uma dificuldade de as mulheres serem aceitas no humor, porque a gente está fazendo transição, né? De a mulher sair do lugar de objeto ou do ser esquisito pra fazer humor. A gente está entrando num lugar onde é igual. É igual ao masculino. Nós somos capazes de fazer, e tanto quanto eles, uma piada sem a gente entrar no lugar de estereótipos de piranha ou sei lá o que mais, entendeu? Objeto, objetificar a gente. Enfim, acho que a gente não precisa mais disso. Então a eu tenho falado muito sobre a mulher no humor. Tem muita gente chegando legal aí. A mulher tem que se jogar assim. Porque a gente socialmente já foi travada de tantas formas eu acho que isso é um rompimento nosso também.

Quem você curte atualmente?

Existem muitas meninas maravilhosas surgindo aí… Tem Noêmia Oliveira, Thati Lopes, Fiorella… Tatá Werneck é muito maravilhosa. Eu acho ela gênia de tão rápida no pensamento. Ingrid Guimarães, Cacau Protásio, como não falar da minha Cacau Protásio tão maravilhosa? Isabelle Marques que faz a Brit comigo lá no seriado. Tem as mulheres excepcionais, Júlia Guerra, Julia Rabelo, Lívia Linhares. Com certeza eu tô esquecendo pessoas incríveis.. São muitas maravilhosas. Tenho a sorte de estar com os caras que jogam junto. Acho que isso é importante também.

Durante a pandemia, o humor salvou muitos dias, muitas histórias… Como foi esse momento pra você?

Olha o humor na realidade sempre me salvou. Na pandemia, então, mais ainda. Meu filho criou um vínculo entre a gente incrível também. Meu filho nasceu com o humor dele. E eu falo que, na pandemia, eu cheguei à idade dele e ele muitas vezes chegou à minha… quase. E a gente viveu uma coisa muito louca e foi muito rica. E  sim um humor salvou  vidas, como me salvou também. Então não sei nem o que dizer. Eu tenho muito orgulho disso que faço e repito: encaro como um serviço, às vezes palhaçaria.

A música também é muito forte em sua trajetória. Você soltou a voz no Fama, atuou em musicais top e até como Deusa deu palhinha cantando…

Então, a música é meu respirar. Eu tenho falado que estou sem ar. Que loucura, né? Porque eu estou sem cantar e vou voltar agora, em show no dia 30 de agosto. Eu vou retomar o canto. Não consigo colocar eles em patamares assim, Quando eu penso, vejo que uma coisa levou à outra e que levou a outra e que vai voltar. Mas cantar pra mim é muitas vezes minha forma de expressão; eu me expresso muito melhor cantando do que do que, às vezes, falando. Falando me atropelo eu sou nervosa . Enfim, a música…. Ela expressa melhor minhas emoções.

Lá atrás a ideia era ser cantora, atriz, humorista..ou misturar tudo?

A ideia na vida, quando eu me vejo lá atrás, assim, a primeira ideia foi ser atriz de teatro. Eu falava, batia do peito: quero ser atriz de teatro. Depois a ideia foi ser publicitária, então a coisa foi, e virou um hobby aí. Eu não pensava em viver da música. Aí depois do “Fama” a ideia foi ser cantora. Não, eu não sou atriz, eu não sou. Aqui não foi o momento. As pessoas me achavam engraçada porque elas eram. Aí fazer musical me trouxe a atriz de volta. E aí eu falei, meu Deus a vida é isso aí. A vida é arte. É arte. Porque se eu voltar a desenhar e pintar, também eu vou ser feliz.

Que espaço a porção cantora te toma hoje? ‘Tributo a Tina Turner’ foi um sucesso e segue na agenda…o formato mudou? Tem novos projetos musicais?

Olha , a música está numa fatia tão pequena hoje … Mas ela vai voltar. Na pandemia eu até dei mais atenção a ela. A gente conseguia fazer umas coisas de casa, uns vídeos. Tem bastante coisa lá no meu Insta e tal, mas eu preciso voltar com a música, preciso estar em contato um público na música. O ‘Tributo a Tina Turner’ foi algo maravilhoso na minha vida, minha parceira, companheira, ‘idola’. Ele não morreu,  está aí. Mas agora eu estou com o foco em mim.  Existe um solo à vista.

Como está a nova temporada do ‘Tô de Graça’ e o que Marraia ainda vai aprontar?

A nova temporada do Tô de Graça já finalizou. A Marraia tá cada vez mais em desconstrução. Eu brinco que ela é um macho escroto, às vezes, e ela tá em desconstrução. Tá saindo desse lugar. Que ela não precisa ser lésbica e repetir e reverberar certos posicionamentos . Mas então Marraia é isso. Me mandam muitas coisas, casais e que falam ‘minha namorada é assim, ela faz isso comigo’. É muito gostoso isso, essa ligação esses casais lésbicos e tal. É muito com muito amor que eu faço.

 O que pode nos contar sobre a nova personagem, a Maria Augusta, e a série “Encantado’s” ?

A Maria Augusta é mais uma que vai entrar pra minha coleção de loucas, maravilhosas. Maria Augusta ela é uma mãe uma periguete do bairro do Encantado, que quer subir na vida. Que acha que é um pouco superior do que as suburbanas com quem convive, mas ao mesmo tempo tem um coração gigante. E ama a família, é apaixonada naquele marido, é uma ótima mãe, perturba aquela filha adolescente e ama o Encantado. Um coração gigante num corpo de periguete do subúrbio carioca. Que já é mãe e está tendo que lidar com as questões também de envelhecer e, ao mesmo tempo, quer estar por dentro das trends e novidades.

 O que te faz rir muito e o que te deixa triste e irritada, na vida e no país?

O que me faz rir muito é a quinta série. Eu falo, é uma bobeira, eu sou da bobeira, eu sou da galera do fundão. E eu amo os meus amigos que se juntam pra falar besteira. Graças a Deus, Eles coloca pessoas na minha vida da quinta série, a começar pelo meu namorado. E isso me faz rir eu costumo a rir com coisas simples. Falo que eu sou uma pessoa feliz. O que me entristece é injustiça mesmo e mentira. Mentirinhas. Meu Deus, isso me deixa chateada pra caramba.

O brasileiro precisa rir mais? Como achar graça em meio a tantas dificuldades?

Pois é cara o humor faz isso. Esse é o humor na realidade. E dou graças, acho que antes de qualquer coisa eu devo agradecer muito a Deus por esse dom, porque antes ele passa por mim. Eu falo que eu sou um filtro. Então eu agradeço muito porque  consigo tirar sarro de cada situação da minha vida. É absurdo e é exatamente isso que o humor faz, ele traz leveza pros momentos mais sombrios. Eu posso ter uma noite péssima, mas no dia seguinte, com certeza, eu vou estar rindo disso de alguma forma.

Concorda com Paulo Gustavo que dizia que “rir é um ato de resistência”?

Sim, rir é um ato de resistência, de esperança. Eu acho que a gente acreditar que pode rir ainda, é acreditar que as coisas podem mudar. A gente está passando por muitas coisas no nosso país, né? Muita gente desacreditada, mas sorrir continuar com o meu serviço no meu trabalho, me da esperança de ver um país melhor.

Como é a Evelyn mãe? Leva numa boa as tarefas de dona de casa, mãe, conciliando com o corre da profissão?

Evelyn mãe é uma grande loucura, é uma doideira! Mas vou te falar, eu nasci pra ser isso. Eu achava que eu não ia ser. Achava que eu era egoísta, que eu não ia conseguir, mas amo ser mãe. Acho que é a principal função que eu amo nessa vida. Ele está aqui, agora, olhando pra minha cara nessa entrevista, prestando atenção no que eu estou falando. Verdade, não é porque ele está aqui. Com relação às tarefas de casa, é um caos, um desastre porque eu sou desorganizada, péssima. Meu filho não tem uma roupa bem passada, mas com certeza ele tem muitas brincadeiras e risada. E a gente se atrasa sempre porque a mãe dele atrasa. Mas dá conta, faz dever se casa, estuda pra prova. Até agora a gente dá conta. E é o caos, quando eu vejo já estou gritando. Quando a gente vê a gente já está rindo. Quando a gente vê a gente já está chorando junto. E aí é tudo isso aqui. É uma farra.

E Juan, leva jeito para a arte?

Ele leva. Eu não gosto de influenciar ele, nem de ficar falando muito isso não. Porque acho que ele tem que crescer e ser feliz e ser o que ele quiser ser. Mas ele leva. Não tem como, ele já desenha ele é criativo, ele canta, ele é afinadíssimo, ele dança. E isso é dele. Ninguém ensinou e é lindo de ver.

E o Alysson é aquele parceirão que topa tudo… Até dancinha né? rs É o segredo pra uma relação bacana nesse mundo louco?

É o Alisson é um parceirão. Eu falei hoje até que ele também é um grande amigo. E com certeza a gente ganhou aí, com essa pandemia, porque a gente passou um perrengue com a distância. A distancia a quarentena foram uma luta, foi um ato de resistência … Eu já falei dele antes , ele é a quinta série. A gente é da turma do fundão, ele era o cara no bebedouro pra dividir o lanche, com certeza. E aí isso faz toda a diferença na vida. Porque a gente muitas vezes vai precisar dividir o lanche, vai precisar rir. Está num momento difícil. Vai precisar fazer uma dancinha pra umas coisas difíceis. Então eu acho que sim ele é um parceirão, temos planos pra gente ficar juntos. Se Deus quiser vai acontecer, da gente ficar pelo menos no mesmo estado. Eu acho que isso já é muito importante pra mim.

Li que uma das metas pra 2022 era o casório… Já estâo planejando?

A gente está planejando sim. E aí já é uma coisa que vem em 2023, né? E tem o meu show solo que eu ainda não vou dizer o que será. Ainda nem sei  também, mas vai vir porque tem que vir.

E o que vem por aí ainda este de ano e em 2023?

Eu quero muito voltar para o teatro. Tem alguns projetos de filmes pra fazer. E tenho “Encantados”, para 2023, em novembro se Deus quiser, na Globoplay. A gente está muito ansioso pra que essa série estreia porque ela está linda. Fala do Brasil, da energia do subúrbio, eu sou suburbana. Nascida e criada na Tijuca, tenho amigos do Méier, do Lins… Então a gente sabe da energia que é o subúrbio, de como as pessoas são. De tanto que ali, sim ,existem muitos atos de resistência. E essa série vai falar disso, vai falar de amor, família, amizade, sonhos, Carnaval. Conheci um elenco muito especial. A gente tá muito feliz em poder mostrar isso pra todo mundo e com muita fé que vai dar certo e que a gente vai levar muita coisa boa pra casa das pessoas. É isso. Muito obrigada por essa entrevista.

Fotos: Andrea Rocha