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Edição da Semana

Helô Pinheiro é uma das mulheres mais bonitas do Brasil. Ticiane, sua filha, não fica atrás. É tão bela quanto a mãe. Num papo descontraído, mãe e filha conversaram com a revista Mais Rio de Janeiro, sobre a homenagem que Helô ganhou recentemente numa campanha. Minha primeira pergunta para a Eterna Garota de Ipanema foi! Qual a melhor lembrança que você tem da década de 1960? Senti que ela ficou emocionada e me respondeu pura e simplemente assim: “A melhor lembrança foi conhecer Tom e Vinícius e receber do Vianinha um texto na Revista Manchete que me arrepiou. Eis: “Revelação da Garota de Ipanema por Vinícius de Moraes * ano 1965. Seu nome é Heloisa Eneida de Menezes Paes Pinto, mas todos a chamam de Helô. Há três anos atrás ela passava ali no cruzamento de Montenegro e Prudente de Morais, em demanda da praia, e nós a achávamos demais. Do nosso posto de observação, no Veloso, enxugando a nossa cervejinha, Tom e eu emudecíamos à sua vinda maravilhosa. O ar ficava mais volátil como para facilitar – lhe o divino balanço do andar. E lá ia ela toda linda, a garota de Ipanema, desenvolvendo no percurso a geometria espacial de seu balanceio quase samba, e cuja fórmula teria escapado aos egípcios, teria escapado ao próprio Einstein: seria preciso um Antônio Carlos Jobim para pedir ao piano, em grande e religiosa intimidade, a revelação do seu segredo. Para ela fizemos, com todo o respeito e mudo encantamento, o samba que a colocou nas manchetes do mundo inteiro e fez de nossa querida Ipanema uma palavra mágica para os ouvintes estrangeiros Ela foi e é para nós o paradigma do broto carioca: a moça dourada, misto de flor e sereia, cheia de luz e de graça, mas cuja visão é também triste, pois carrega consigo, a caminho do mar, o sentimento da mocidade que passa da beleza que não é só nossa- é um dom da vida em seu lindo e melancólico fluir e refluir constante”. Com vocês, Helô Pinheiro e sua filha Ticiane.