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Todos os anos, de 1 a 7 de agosto, a Semana Mundial de Aleitamento Materno incentiva a amamentação exclusiva e esclarece sobre seus benefícios. Neste ano, o foco é transmitido no tema “Proteger a Amamentação: Uma responsabilidade de todos”, que reforça o dever de toda a sociedade se comprometer com a proteção deste direito de mulheres e crianças. A celebração faz parte do Agosto Dourado, campanha que dedica o mês inteiro à amamentação.

Na rede municipal de saúde do Rio, o incentivo ao aleitamento começa já no pré-natal. O Programa Cegonha Carioca, projeto pioneiro que oferta cuidado humanizado para mãe e bebê desde o início da gestação, estimula as mulheres grávidas a amamentar exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade. Este é um dos fatores da redução da mortalidade infantil, com benefícios duradouros. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a amamentação até os dois anos de idade ou mais, com introdução de alimentação complementar somente após os seis meses de vida.

Para o bebê, a amamentação é considerada a primeira vacina, tamanho o seu benefício para o organismo. Diminui cólicas, cáries e o risco de desnutrição, proporcionando ganho de peso saudável, com menor risco de obesidade; reduz as chances de broncoaspiração (entrada de leite nas vias aéreas), assim como a possibilidade de alergia alimentar e respiratória; infecções respiratórias (pneumonias), urinárias e intestinais, diarreias e outras doenças. E ainda contribui para o desenvolvimento intelectual.

O leite materno é um alimento ideal, pois possui os nutrientes na quantidade e qualidade adequadas que o bebê precisa para se desenvolver com saúde. Fornece ao bebê anticorpos, fortalecendo o seu sistema imunológico. “Num momento tão difícil como este pelo qual estamos passando, o leite materno é o maior presente que a mulher pode oferecer. Além dos nutrientes, fornece proteção, tanto que incentivamos muito as lactantes a tomar a vacina para que seus bebês recebam também, por meio do leite materno, a imunidade”, explica a fonoaudióloga especializada no atendimento a recém-nascidos Márcia Monteiro, do Centro Municipal de Saúde (CMS) Waldyr Franco, em Bangu.

A mulher que amamenta tem menor risco de desenvolver câncer de mama e ovário e hemorragias no pós-parto. A amamentação contribui ainda para a perda de peso mais rápido. E cria um forte vínculo afetivo entre mãe e filho.

Orientação e apoio

No entanto, a dificuldade em amamentar é comum. Podem surgir dúvidas e inseguranças nesse período, por isso o apoio profissional muitas vezes é determinante para o êxito do processo de aprendizado e adaptação. As dificuldades podem ser físicas, como mastite (infecção dolorosa) e fissuras na mama, mas também emocional ou social. O apoio do companheiro pode fazer a diferença, assim como o da família, amigos e da comunidade ao redor.

Nas unidades de atenção primária (clínicas da família e centros municipais de saúde), as equipes estão prontas para receber todas as mães que tenham dúvidas ou dificuldades. Há avaliações e reuniões virtuais – forma como conseguiram manter o suporte mesmo durante a pandemia.

 Bancos de vida

Nos bancos de leite humano, são realizadas doações que salvam vidas de bebês que necessitem, por estar internado ou por não conseguir ser amamentado pela mãe. Cada pote de 300 ml de leite pode ajudar até dez recém-nascidos. O Brasil é referência em doação de leite. A Rede Brasileira de Banco de Leite Humano é a maior e mais complexa do mundo, com 224 bancos e 216 postos de coleta, disponíveis em todos os estados. Na Cidade do Rio, bancos e postos de recebimento estão disponíveis em diversos bairros.

Não há quantidade mínima para doação e não é necessário ter uma produção excessiva para ser doadora. A produção segue a demanda: quanto mais leite é retirado, seja pela sucção do bebê ou para doação, mais leite o corpo produz.  Uma das mulheres assistidas no CMS Amérido Veloso, em Ramos, Josiane de Lucena é considerada a maior doadora da unidade. Mãe de dois filhos, amamenta o mais novo, David Luís, de três meses. Ela buscou apoio porque no começo a amamentação causava dor:

“Eu estava quase desistindo, mas com ajuda eu não senti mais. Perguntaram então se eu poderia doar. Eu tenho muito, então, se puder ajudar outros, eu quero. Tenho um sentimento muito bom de gratidão e felicidade de poder estar ajudando outros bebês. Meu filho mama direto e doar estimulou mais a produção. Vou amamentar até não poder mais”.

É possível encontrar a unidade de saúde de referência no site prefeitura.rio/ondeseratendido. Para doação de leite, busque um banco ou um dos postos do município, disponíveis no link .

Foto: Pixabay e Prefeitura do Rio