Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Subprefeitura da Grande Tijuca, reinaugurou a Escadaria do Grajaú, na rua Itabaiana, na manhã deste domingo (5/12). Durante três meses, os 71 degraus foram revitalizados com cacos cerâmicos coloridos, e a obra se tornou um exemplo da cooperação entre voluntários e o poder municipal na recuperação de espaços públicos.
“Este é um projeto do morador do Grajaú. Queremos fazer isso por toda a Grande Tijuca. Costumo dizer que esta é a primeira das Sete Maravilhas da região. O Grajaú já foi morada de muitos músicos renomados, como Oswaldo Montenegro, que morou muitos anos nesta rua da escadaria, agora vemos novos músicos virem aqui para fotografar e gravar vídeos e clipes. Até um casamento já foi anunciado para ser celebrado e já autorizamos”, explicou o subprefeito da Grande Tijuca, Wagner Coe.
A nova escadaria contou com uma equipe de voluntários, a maioria de moradores do bairro, que se empenhou na montagem do mosaico cerâmico colorido nos espelhos dos degraus. Eles foram orientados pelo arquiteto Rafael Vasconcelos, que desenvolveu e doou o projeto de paginação cerâmica, e coordenados pelo pastor Francisco Ribeiro. Grafiteiros locais desenvolveram novas artes e coloriram artisticamente os muros laterais.
“Para mim foi muito bom, esse muro representa meu primeiro grafite 15 anos atrás. Quando fui convidado fiquei muito feliz. Fiquei uma semana pintando. O Grajaú tem muito verde, muita floresta e árvores e por isso escolhi representar assim o bairro no grafite”, contou Eduardo Poley, o Dum, um dos três grafiteiros que trabalhou no local.
Nos patamares da escadaria, os cacos cerâmicos coloridos registram versos da música “Se Essa Rua Fosse Minha”, composta nos anos 30, por Mario Lago e Roberto Martins, em um convite aos visitantes para uma viagem pela poesia e pelo tempo. O ar bucólico e acolhedor do Grajaú ganhou novos ares e cores, e o novo ponto turístico apelidado de “Escadaria Selarón do Grajaú”.
“A Escadaria Selarón foi uma inspiração para este trabalho. A ideia da revitalização em forma de mosaico, com um material que não se degrada com a ação do tempo, é tornar esse lugar conhecido, virar um ponto turístico. E mostrar que é possível a sociedade se unir com o poder público para fazer uma coisa legal”, disse o arquiteto Rafael Vasconcelos.
Foto: Beth Santos/Prefeitura do Rio