Existem diversas crenças na vida das pessoas e isso acaba moldando o modo de agir
Nestes anos de atendimentos clínicos, a biomédica e nutricionista Andreia Argente conta que a experiência dela mostra que as crenças limitantes das pessoas em relação ao emagrecimento têm razão própria (os mitos) e viram verdades para elas em algum momento. Para Argente, é uma espécie de “muletas mentais” que passam a ser encaradas e vividas.
A primeira crença que a especialista mais escuta é sobre o metabolismo lento. Entretanto, Andreia explica que mesmo se alguns indivíduos tiverem esse problema, isso pode ser em função da alimentação, mas ao deixá-la adequada, o metabolismo poderá ficar mais acelerado.
Além disso, outra crença bastante recorrente é a falta de atividade física. Andreia comenta que mais de 80% dos pacientes que passaram pelo seu consultório com o propósito de emagrecer, não se exercitavam. “Quando você pratica atividade física é importante para a saúde e para a preparação da terceira idade, mas não é essencial no emagrecimento. Cuidar da saúde está correlacionado ao emagrecimento, mas não é um fator obrigatório”, ressalta.
De acordo com a nutricionista, o emagrecimento tem a ver com gasto, consumo, acúmulo e utilização de energia. Ela argumenta que as pessoas na atividade física só estão colocando o organismo na esfera mais saudável, mas não necessariamente tem relação com o emagrecimento porque isso depende da ingestão de certos alimentos.
Outra crença comum é a questão genética. Andreia pontua que várias pessoas acreditam que esse ponto é um fator predominante. Contudo, ela reforça que, na verdade, a epigenética — o que fazemos cotidianamente com o que nos foi dado —, é mais importante, porque temos o nosso dia a dia, onde determinamos o que será feito. A especialista utiliza uma metáfora para explicar que a genética é como se fosse um barril de pólvora. “Ele não vai apresentar ameaça se for mantido em um quarto escuro, seguro, fechado, sem que tenha fogo por perto. Então tem pessoas que fazem questão de atirar fogo perto do seu barril de pólvora e colocar a culpa nele”, finaliza.