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Rio de Janeiro / Cotidiano

Ator celebra a boa fase na carreira, com a explosão nas telas, na pele do vilão Levi de Pantanal, e  o nascimento do filho Toni

Por Claudia Mastrange

Leandro lima chegou mandando no pedaço e levantando poeira. Na pele do peão Levi de “Pantanal”, o ator esbanjou talento em cena, arrancou suspiros da mulherada e alavancou a audiência da trama das nove.  Principal acontecimento do capítulo de segunda-feira (13) do remake assinado por Bruno Luperi, a morte de Levi devorado por piranhas no rio registrou 33,1 pontos de ibope na Grande São Paulo, melhor média da faixa desde 9 de abril do ano passado, data do último capítulo de “Amor de Mãe”.

A impressionante cena da morte do mais malvado dos peões de Zé Leôncio (Marcos Palmeira)  demorou quatro horas para ser gravada e envolveu mais de 30 pessoas na produção.  “Eles deram muita atenção para essa cena, agradeço ao (diretor) Davi Lacerda que quis assumir. Era um lugar difícil, 30 pessoas em uma ilhota”, contou  o intérprete em vídeo nas redes sociais, mostrando mostrou também o dublê caracterizado como ele.

Leandro revelou que estava dentro do barco para gravar a cena do capotamento, mas assistiu tudo. “Até me ofereci, mas o diretor falou que era melhor não”, afirmou o ator, em entrevista a Na Maria Braga, no Mais Você. Já nas cenas em que Levi é devorado pelos peixes carnívoros, era ele mesmo que estava no rio. “Tinha uma equipe de mergulhadores, porque ali é bastante fundo. Eles levaram tubos de ventilação, para fazer as bolhas, e tubos de sangue cenográfico, para ir soltando ao mesmo tempo. Porque é assim que acontece o ataque das piranhas”, contou os detalhes da produção.

O ator comentou que o público não aprovava as vilanias de Levi, e seu assédio a Muda (Bella Campos), mas muita gente torcia para que o personagem continuasse na trama. “No começo, as pessoas queriam que o Levi morresse. Agora, no final, tinha uma corrente; estavam divididos”, disse ele à Ana Maria Braga. De acordo com Leandro rolou até campanha na internet: “fica, Levi”, nos últimos dias.

Talvez um dos motivos a empatia seja também a relação do peão com Maria Bruaca (Isabel Teixeira). Afinal, acabou sendo ele o escolhido por ela para enfeitar pela primeira vez a cabeça de Tenório, que inclusive comentou com a filha Guta (Julia Dalavia) estar arrependido de dar abrigo a Levi. Houve uma primeira aproximação, mas MariBru acabou desmaiando. Na segunda vez, ela foi decidida: vai ao galpão atrás de Alcides (Juliano Cazarré)  e encontra Levi sozinho. Ele flerta com ela, que tenta se desvencilhar, mas ele insiste e a dona de casa traída  fica feliz por ver que ele a deseja. Os dois se beijam novamente e Maria se entrega a Levi.

Bastidor divertido e machismo em foco

Com a atriz Isabel Teixeira, em cena em Pantanal (Foto João Miguel Junior/Globo)

Mesmo com clima de sedução em cena, Leandro conta que a diversão dava o tom dos bastidores. Tudo por conta da sintonia do elenco, inclusive nos takes com Isabel Teixeira.  Ao  ver uma foto ao lado da atriz coberta de feno, o ator começou a rir e revelou que a equipe inteira teve uma crise de riso na gravação em que Bruaca se esconde de Tenório (Murilo Benício) durante a pulada de cerca… “A equipe não se aguentava. Eu pensei: ‘Ainda bem que a gente não está no mesmo plano [de cena]’, porque eu não aguentava quando ela saía [do feno] e falava: ‘Ele já foi?’, a gente morria de rir”, contou ele, imitando as caretas de Isabel.

Em entrevista ao jornal O Globo, Leandro afirmou que Levi cumpriu um papel importante no folhetim e na sociedade: alertar para um problema estrutural do Brasil: o machismo. “O machismo está aí, mas não é agora que isso vai acabar. É uma novela masculina e acho interessante destacar esse tipo de comportamento para a gente repensar as coisas. Levi tinha a missão de chamar a atenção para o abuso. E acho que isso foi feito.”

O sex appeal que alavancou a popularidade do ator, se estende também a outros peões da trama, fazendo de pantanal um perfil diferente da maior parte das novelas, em que a sensualidade não é a marca dos personagens masculinos.  “Acho legal abordar a sexualização masculina, pois isso é feito com as mulheres há muito tempo. É um indicativo de que as coisas estão mudando. Não acho bom ou ruim, apenas diferente”, disse, completando: “No trabalho de composição do Levi, não fiquei pensando na sensualidade do personagem. Foi algo natural. E a sensualidade vem do olhar de quem está assistindo.

Pai pela segunda vez

O bom momento na carreira acontece em paralelo com um êxtase na vida pessoal. Casado com a modelo Flávia Lucini, o ator, que já é pai da modelo Giulia, de 21 anos, acaba de presenciar – literalmente – o nascimento do filho Toni,  que veio ao mundo dentro do carro, a caminho do hospital, no último dia 3 de junho. “Passada a adrenalina, olho para esse carinha que conheci há alguns dias e nunca me disse uma palavra e sinto um amor enorme. Já amo tanto o menino. É uma mágica, um momento indescritível. Não consigo expressar com palavras”, declarou.

A chegada de Toni foi praticamente ‘coisa de novela’. Dias depois, Leandro e Flávia contaram ao Fantástico  como tudo aconteceu de forma muito rápida. “Eu entrei em uma espécie de transe. Eu fui para o banheiro e eu lembro que ele falou ‘calma, só está começando [o trabalho de parto]. E eu disse: ‘se tiver só começando eu vou morrer!'”, contou a modelo.

Com a ajuda de uma amiga doula (psicóloga de gestantes) Leandro e Flávia entraram no carro em direção ao hospital. Mas antes mesmo de chegarem ao centro médico, o pequeno Toni veio ao mundo. “Ela falou: ‘gente, vai nascer no carro’. E ele nasceu depois de 2 quadras, 2 minutos”, contou Leandro.

O ator que nunca imaginou viver um momento como esse na vida real, assumiu: “A conclusão que a gente chegou foi: tudo o que a gente planejou deu errado, mas toda a preparação que a gente fez, fez com que desse certo”. “Eu já vivi muitos personagens e muitas cenas, mas nunca tinha pensado em uma assim. Foi uma cena de filme”, encerrou.

Ao rever a cena que ele mesmo gravou após o nascimento do filho, durante o “Mais Você”, Leandro  se emocionou. “Tive a Giulia quando tinha 17 anos, não tinha nenhuma informação, foi um parto marcado. Agora, não contava com um trabalho de parto de 2 horas, normalmente são 12, 24… Com essa adrenalina a mais, nunca senti, não sei como consegui dirigir. Eu queria parar pra ver meu filho”, disse, lembrando que ao chegar no hospital parecia cena do seriado “Sob Pressão”. “Mas a Flávia estava tranquila, no carro. Nem queria sair”, pontuou.

Na entrevista, o ator contou também como conheceu a esposa, com quem está há 10 anos. “A gente se conheceu trabalhando como modelo, na Itália. E a princípio ela não gostou muito de mim. Me achou meio cafajeste. Demorou um tempo até a gente começar a ser amigo e depois namorar. Em uma festa eu já cheguei  fotografando ela, porque achei o sorriso maravilhoso. Então falei: eu faço isso por pro trabalho’(risos). Mas depois deu tudo certo. Já moramos juntos em Nova Iorque e ela me apoiou muito. Eu já estava fazendo cursos como ator e a agência chegou a me colocar para fora”, recordou ele.

Leandro lembrou que tinha uma proposta para fazer uma grande campanha publicitária, mas disse que não iria ao compromisso porque tinha aula. “E Flávia disse ’sério que você não vai pro causa de uma aula?. E eu disse que sim, porque era importante para mim. E ela me apoiou”, recordou.

O ator contou que a carreira de modelo começou por acaso, não imaginava que poderia desfilar pelas passarelas. Ele sempre quis ser ator, mas com estudos com um trabalho musical, foi adiando e os convites para modelar surgiram. Com isso, acabou morando anos fora do Brasil.

E conta que, em uma sessão de fotos, recebeu um elogio e tanto de Tyra Banks, supermodelo, atriz e apresentadora norte-americana, que disse que Leandro tinha ‘borogodó’. “Sabe quem me falou isso que nunca esqueci em inglês, inclusive? A Tyra Banks! Fui fazer foto com as modelos dela e ela falou assim: ‘esse daí tem brazilian eyes‘. Dizendo que tinha olhar do brasileiro, olhar de tigre”, contou o ator a Ana Maria Braga.

Enquanto não engata nova produção nas telas, Leandro descansa e curte a chegada do filho Toni. E também toca, de longe, a plantação de olivas, que possui na Itália. Mais uma vertente do galã de “Pantanal”, que veio a público por conta de postagens em sua rede social.

Donos de uma quinta, na cidade de Puglia, Leandro e mulher Flávia planejam, inclusive, exportar azeite para o Brasil. O artista cuida à distância da propriedade de 35 mil metros quadrados , Quando o casal tem a oportunidade de estar lá, não abre mão de aproveitar a quantidade de árvores frutíferas de sua propriedade. Leandro viu no negócio uma forma de ter uma renda extra.

Top na passarela, amor pela arte

Leandro Lima Lemos é ator, cantor, repórter e modelo,  que ganhou projeção por comandar as matérias de bastidor do ‘Dancing Brasil’, em 2018 na RecordTV. Em 2022, retornou às novelas, após 5 anos longe das telas, para conquistar o Brasil na pele do Levi de ‘Pantanal’.

Paraibano de João Pessoa e nascido em 25 de fevereiro de 1982, ele começou a carreira na música e criou uma banda de axé, a Ala Ursa, em 1999, aos 17 anos, na qual é o vocalista.

“A primeira coisa eu fiz na vida, meu primeiro emprego foi cantor de axé. A gente tem encontros anuais porque temos um público que gosta, então mantemos encontros anuais para tocar”, contou durante uma participação no programa Altas Horas.

Em 2005, foi eliminado nas primeiras fases do talent ‘Fama’, da Globo. No ano seguinte, foi convidado por um produtor para realizar um teste para se tornar modelo, no qual foi aprovado e assinou com a Joy Models, contrariando o comum, onde os rapazes despontam para o mundo da moda na adolescência.  Leandro deixou a banda para seguir a carreira como modelo e mudou para a Europa, onde desfilou para grandes grifes como Versace, Calvin Klein e Christian Dior, além de ter realizando campanhas publicitárias em Milão, Paris, Londres e Madri.

Em paralelo estudava artes dramática e, em 2009 passou a participar de novelas e minisséries sempre em papéis pequenos.  Em 2012 mudou-se para Nova Iorque para modelar, sempre conciliando com a atuação. Viveu o garoto de programa Vitório em “Passione”;  o golpista Patrick, em “Insensato Coração”; o Caio , em ‘Poder Paralelo’ e o Ricardo de ‘Caminho das Índias’ , além de participações em “Mister Bau”, “Chapa Quente” e Belaventura”, entre outras produções.  E que venham muitas mais!

Foto: João Miguel Junior/TV Globo

 


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