Martinho José Ferreira, mais conhecido por Martinho da Vila, dispensa apresentações, é considerado uma das figuras mais icônicas do Brasil.Com mais de 50 discos lançados, e com 12 indicações ao Grammy Latino, tendo vencido três, suas músicas são imortalizadas em shows, projetos como Samba-Book, que homenageia grandes sambistas brasileiros (segundo volume do projeto) e diversos filmes e muitas novelas de grande sucesso. Entre os Grammys conquistados estão “Brasilatinidade” em 2005, “O Pequeno Burgues”, 2009, regravando seu primeiro disco e “De Bem Com A Vida” de 2016.
A carreira artística de Martinho da Vila começou a despontar no III Festival da Record, em 1967, quando concorreu com a música “Menina Moça”. O sucesso veio no ano seguinte, na 4ª edição do mesmo festival, lançando a canção “Casa de Bamba”, um dos clássicos de Martinho. Seu 1º álbum, veio dois anos depois, intitulado Martinho da Vila, e nesse momento ele se apresentou, com todas as honras e méritos, trazendo obras-primas como “O Pequeno Burguês”, “Quem é Do Mar Não Enjoa” e “Prá Que Dinheiro” entre outras como “Brasil Mulato”, “Amor Pra que Nasceu” e “Tom Maior”.
Foi fácil virar um dos mais respeitados artistas brasileiros na cena musical, da época que disco no Brasil, se tornou um dos maiores vendedores, sendo o segundo sambista a ultrapassar a marca de um milhão de cópias com o CD Tá Delícia, Tá Gostoso, lançado em 1995.
É sabido que Martinho ama de paixão a Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, da qual é Presidente de Honra. Em 1965 iniciou sua história de amor com a escola, dedicação à escola de samba do coração, (antes, participava da extinta Aprendizes da Boca do Mato). De lá pra cá, já assinou vários sambas-enredo da escola. Em destaque o notório “Kizomba: A Festa da Raça”, que deu para a Escola o seu primeiro título do Grupo Especial do ano de 1988.
Além de ser conhecido como sambista, até internacionalmente, tem composições gravadas no exterior. Compositor eclético, passeia por variados ritmos brasileiros, sambas africanos, ciranda, frevo, samba de roda, capoeira, bossa-nova, além calango e toada. Em setembro de 2000 concretizou, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos projetos mais cultuados: a apresentação do Concerto Negro. Idealizado por Martinho e pelo maestro Leonardo Bruno, o espetáculo enfoca a participação da cultura negra na música erudita.