PUBLICIDADE

arte & cultura

A atriz Eva Wilma morreu neste sábado (15) aos 87 anos, em decorrência de um câncer de ovário.. Ela e estava internada no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo, desde o dia 15 de abril para tratamento de problemas cardíacos e respiratórios. No dia 7 de maio foi detectado o câncer.

“Comunicamos que a atriz Eva Wilma acaba de falecer às 22h08 no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, em função de um câncer de ovário disseminado, levando a insuficiência respiratória”, diz nota oficial sobre o falecimento da atriz.

Considerada uma das grandes damas da dramaturgia nacional, ela foi bailarina clássica na juventude e teve passagens marcantes no teatro, no cinema e na televisão. Nasceu Eva Wilma Riefle Buckup em 14 de dezembro de 1933 na cidade de São Paulo. Iniciou a carreira artística aos 19 anos, no Ballet do IV Centenário de São Paulo, mas abandonou a dança pouco depois, quando recebeu convites para integrar o Teatro de Arena e o programa “Alô Doçura”, da TV Tupi.

Na produção, que ficou dez anos no ar e a atriz dividia espaço na atração com John Herbert, com quem se casou em 1955. Eva e John se separaram em 1976. Juntos, tiveram dois filhos, Vivien e John Herbert, conhecido profissionalmente como Johnnie Beat.

Eva e John Herbert, em prêmio de cinema, no Cine Palácio, em 1965 (Foto Arquivo Nacional)

Três anos depois da separação, a atriz se casou com o ator Carlos Zara, com quem ficou casada até a morte do artista, em 2002.

Antenadíssima com todas as ates, ela também  teve aulas de canto, piano e violão com Inezita Barroso.“A música fez parte da minha formação escolar e familiar. Meus pais eram muito musicais. Em casa, gostávamos de nos revezar no piano”, afirmou Eva em entrevista ao G1 em 2017.

Ao longo de 66 anos de carreira, Eva estrelou dezenas de novelas como “Meu Pé de Laranja Lima” (1971) e a primeira versão de “Mulheres de Areia” (1973), na qual interpretava as gêmeas Ruth e Raquel , que, no remake da trama,20 anos mais tarde, foram vividas por Glória Pires.

Atuou ainda em “Pedra sobre Pedra” (1992), “O Rei do Gado” (1996) e “Começar de Novo” (2004), mas seu papel mais marcante foi a vilã Altiva Pereira de Albuquerque, que aprontava todas na cidade fictícia de Greenville, em A Indomada. Com ela ganhou vários prêmios.

Na pele da vilã Altiva, em “A Indomada:” show de interpretação nas telas (Foto: TV Globo)

Seu último – e também premiado -trabalho para a TV foi em 2015, em “Verdades Secretas”, na qual interpretou Dona Fábia, uma alcoólatra, amargurada e aproveitadora, que extorquia o filho Anthony (Reinaldo Gianechini).

Em 15 de abril ela foi internada na UTI do Albert Einsten, mas o amor pelo trabalho continuava alimentando a atriz. No leito, continuou estudando seu texto em “As Aparecidas”, filme já em fase de produção e sua equipe postou a  foto nas redes sociais da atriz, em 19 de maio.

Em janeiro de 2020, Eva foi a grande homenageada do Prêmio Cesgranrio de Teatro, realizado no Copacabana Palace, no Rio. No palco, discursou falou sobre a importância do trabalho dos atores. “Amo o ator por se emprestar inteiro para expor os aleijões da alma humana com a única finalidade de que o público se compreenda, se fortaleça e caminhe no rumo de um mundo melhor a ser construído pela harmonia e pelo amor”, afirmou, em meio a muitos aplausos. Bravíssimo, Eva.

Fotos: Reprodução