Músico e empreendedor, Mumuzinho celebra a boa fase e inaugura bar no Rio
Por: Claudia Mastrange
Quem se lembra de Mumuzinho abre logo um sorriso ao pensar no cantor. É que ele é sinônimo de alto astral. E motivos não lhe faltam para celebrar a vida. Menino pobre nascido em Realengo, no Rio, Márcio da Costa Batista, de 37 anos, vem construindo uma sólida carreira musical, ao lado de grandes ícones do samba, e agora, encara mais um desafio em sua trajetória: a de empreendedor. Ele acaba de inaugurar o Bar do Mumuzinho, no Shopping da Gávea, no Rio.
“Eu, um garoto pobre da Zona Oeste do Rio de Janeiro, negro, ter um bar na Zona Sul é a prova viva que merecemos sonhar e acreditar. A vida é difícil, mas nunca desisti dos meus sonhos”, afirma o cantor. E completa: “Meu objetivo em abrir um bar na Zona Sul é justamente impactar outros jovens, outras vidas, para que tenham mais mumuzinhos sonhando, batalhando e acreditando”, diz.
Localizada no terceiro piso do Shopping da Gávea, a casa vai ser sinônimo de boa música, conforto e gastronomia de primeira. Tudo potencializado com a mais envolvente animação e simpatia, marcas registradas do cantor.
Mumuzinho conta que escolheu o bairro da Gávea para abrir o seu bar para levar o melhor do samba e da MPB para a região, em ambiente temático, amplo e com a tranquilidade de ser num shopping, o que facilita o estacionamento e a segurança dos frequentadores.
Com capacidade para 400 pessoas, o espaço terá shows de segunda a segunda e conta com camarotes vips, com acesso exclusivo. A cozinha fica a cargo da chef Adriana Fonseca, ex-Bracarense, e tem comida de boteco, cardápio vegano e ceviche.
A decoração do local é um dos destaques e mistura madeira, neon, grafite, quadros que mostram a trajetória do artista e do samba, além das suas principais referências na carreira.
Construída num espaço de cinco lojas, a casa conta com uma infraestrutura que se assemelha às grandes casas de espetáculos, com alta qualidade de som e palco. A intenção é que a ida ao Bar do Mumuzinho seja muito mais que uma simples saída noturna. Toda a energia, alegria, talento e paixão do menino de Realengo pelo samba, pelos partidos e pela música popular brasileira vão emocionar cada um que passar por lá.
Confira nosso papo exclusivo com Mumuzinho para a Mais Rio de Janeiro:
Por que abrir um bar? Como surgiu a ideia?
Acho que eu não me sentiria tão em casa em outro tipo de negócio como me sinto no bar. Gosto desse universo, desse ambiente, dessa proposta do palco pertinho do público. É a realização de um sonho. A ideia surgiu da vontade de um garoto pobre, negro, levar samba, diversão e boa música para a Zona Sul, no melhor estilo bar temático.
Qual o diferencial do empreendimento?
Estamos num local seguro, com estacionamento, com boa localização. Pensamos em cada espaço da casa com muito carinho para receber o público de maneira confortável, com música e comida de qualidade, como todos merecem. O Bar do Mumuzinho poderia ser uma parte da minha casa, pois em cada canto tem um pouco da minha história e de tudo que eu amo.
Acha que o Mumuzinho empresário vai ser tão fera quanto o cantor?
(Risos) Eu tenho investidores que estão à frente do negócio. Deixo com eles. Acho melhor eu continuar nos palcos.
Você sempre teve espírito empreendedor? Teve outras experiências nessa vibe?
Acho que posso me considerar muito mais empreendedor da arte. Sempre busquei muito as oportunidades para a minha carreira e sempre lutei e luto pelos meus sonhos.
Como vai ser sua atuação à frente do negócio? Acompanha cada detalhe ou o staff que está contigo tem mais autonomia?
Nesses últimos sete meses, aproximadamente, acompanhei de perto a obra. Queria ver, saber, dar palpite, opinar, escolher junto, cada coisinha para ver o nosso bar pronto. É muito prazeroso plantar uma semente e regar até brotar. Estou muito feliz com o resultado. Vou continuar acompanhando, mas claro que meus sócios têm toda a autonomia para tomar decisões.
Acredita que o artista precisa diversificar e atuar em várias frentes hoje em dia?
Se o artista tiver pessoas que pode confiar ao lado, ele pode tudo.
Você é quase clone da Alcione… (rs) Se inspirou nela também na hora de ter um empreendimento? Afinal, ela e Zeca Pagodinho têm bares com seus nomes.
Alcione me inspira todos os dias da minha vida. Não só ela, mas tantos outros ícones que são exemplos pra mim.
Quando você lançou o EP “Playlist” li que te definiram sua música como ‘sofrência alegre’. Como é falar de amor nas canções, tendo esse teu jeito tão alto astral?
Tem coisa melhor do que falar de amor? O amor me move, me deixa feliz, me incentiva.
Quem é o Mumuzinho? Teu coração te define?
Sou o cara que todos conhecem: preto, de origem simples, amigo, batalhador, apaixonado pelo palco, grato, sonhador, sambista…
Como está vendo esse momento pós-pandemia para os artistas? Foi muito difícil atravessar aquele momento em que o mundo parou? Cantar na varanda foi um oásis para os vizinhos e virou moda!
Passamos a pandemia desejando que esse tempo pós chegasse. Torcendo para que conseguíssemos vencer essa doença e que pudéssemos voltar à nossa vida normal. Graças a Deus, esse tempo chegou. Foram dias muito difíceis, de medo e insegurança. Cantar na varanda foi uma das maneiras que encontrei de levar alegria para os vizinhos, já que não podíamos sair de casa, né?
Continua querendo apresentar o Big Brother Brasil?
(risos) Cantar na Casa foi lindo! Estou sempre aberto aos novos desafios!
Nos conte um pouco de seus próximos projetos?
Fazer shows, cantar, cantar, cantar, levar alegria para cada canto que eu passar. Fazer as pessoas se soltarem, cantarem comigo, se sentirem felizes, emocionadas.
Talento e versatilidade
Mumuzinho nasceu em 14 de dezembro de 1983 e começou a carreira artística participando de filmes como Xuxa Popstar (2000) e Cidade de Deus (2002) e da série Cidade dos Homens (2002), na Globo, entre outros trabalhos. Despontou na música em meados dos anos 2000, com parcerias com nomes como Alcione, Dudu Nobre e Zeca Pagodinho. A partir de 2007 fez diversos shows de abertura das apresentações de artistas como Belo e Exaltasamba e acabou sendo chamado por Dudu Nobre para ser um dos vocalistas de apoio.
A partir de 2012, integrou o elenco do programa de auditório “Esquenta”, com Regina Casé. Foi quando passou a ser reconhecido nacionalmente, com canções como “Curto-Circuito”, “Mande um Sinal” e “Fulminante”.
Gravou discos, como “Dom de Sonhar”, “Mumuzinho ao Vivo”, “Fala meu Nome Aí” e “A Voz do meu Samba”, além do “EP Playlist”, lançado em 2021. E recebeu mais convites para a TV: atuou no remake de “Os Trapalhões” (2017), interpretando de Mussum; venceu o “Show dos Famosos”, talent show do “Domingão do Faustão” (2018), arrasando em performances como as de Alcione – que faz com perfeição – e de Dona Ivone Lara.
Em 2020 foi técnico do “The Voice Brasil Kids”, em substituição a Claudia Leitte e, em 2021, do “The Voice+”.
O cantor é casado, desde 2019, com a empresária Thainá Fernandes. O cantor tem três filhos: Kaik, Hanry e João Davi. É irmão do também ator Marcelo Batista. Pelo visto, o talento para as artes está no sangue da família.
Fotos Juliana Domingues e Arthur Rodrigues