Por Claudia Mastrange
Mais maduro e após o necessário recolhimento por conta da pandemia, onde todo mundo precisou colocar o pé no freio, Naldo Benny volta à cena musical lançando o DVD Nu Floww – Acústico, gravado no Alto da Boa Vista, no Rio em fevereiro deste ano, com todas as normas de segurança. O projeto surgiu após um voz e violão entre amigos, que aconteceu no Natal na casa da modelo Nicole Bahls. “Tenho meus hits dançantes, mas percebi que ao cantar voz e violão fazendo minhas românticas foi impactante”, diz.
Mais maduro, aos 42 anos, o cantor celebra a boa fase na carreira e os momentos de plenitude em família, já que renovou os votos de casamento com Ellen Cardoso e aproveitou o isolamento social para curtir mais os filhos Vitória, 6 anos, e Pablo, 24 anos. “A gente já era muito colado, agora ficamos um grude ainda maior”, conta o cantor louco pra cair na estrada com o novo show, que estreia no Rio, em 20 de outubro, no Teatro Riachuelo..
– Fale sobre a ideia de gravar o DVD Nu Floww. Por que esse título?
No floww é usado na dança. Como eu pratiquei dança urbana, treinei muito… O floww é a energia, velocidade, tipo: vamos lá, no fluxo, na energia! É uma intensidade, algo sem parar, muito bom e positivo. Em tudo meu costumo falar ‘no floww’. Então é Nu Floww acústico, por conta das músicas do DVD, é mais intimista.
– Como surgiu o projeto e como foi a escolha do repertório?
Surgiu no final do ano passado, no Natal, do sítio da Nicole (Bahls), comecei a cantarolar tomando um drink… E o pessoal curtiu e se admirou de eu tocar e cantar ao vivo. Disseram que era bom de ouvir. Isso me fez botar esse projeto em prática. A escolha do repertório foi por conta dos hits, coisas que o público gostava de ouvir. Ficaram algumas de fora, mas dei prioridade aos grandes hits , como Amor de chocolate, Exagerado, Outra vez e Faz Sentir.
– Como tocou o projeto, em plena pandemia, e como foram as gravações?
Gravando no Alto da Boa Vista, no Ballroom, dentro dos protocolos de segurança, álcool gel, numero restrito de pessoas. Foi muito bacana, levei fãs, amigos… O mais difícil é fazer um projeto nesse formato, nessas condições, e fiquei feliz de poder realizar, mesmo com toda dificuldade.
– Curtiu a escolha da música do trabalho, Você Cola em Mim? Fale mais sobre ela.
É uma música que priorizei botar no arranjo, por conta do tamborzão que é de onde eu venho, do funk. Ter esse lance da batida trivial do funk, misturada com uma melodia gostosa de ouvir, numa linha melódica bem sensível, falando de amor… Achei bem bacana. E também atendi pedidos de fãs. Fiz esse projeto para alimentar meus fãs nesse momento difícil e até para cuidar da saúde mental das pessoas. De tanto que ouvi pedirem, atendi.
– O que tem ouvido e o que tem te inspirado?
Ouço sempre muito e muito Michael Jackson, Stevie Wonder… Gosto muito e tem me inspirado. Hoje em dia gosto muito e Drake, Kanye West e Jay- Z. Acho muito bom tudo isso.
– Quando inicia a turnê e como imagina será esse reencontro mais constante com os fãs?
Já estamos começando a planejar a turnê. Em outubro já teremos o primeiro show, dia 20 , no Teatro Riachuelo, no Rio. Estou bem contente com o resultado. Fiquei muito feliz com a música ‘Outra Vez’, que em menos de 24 horas bateu 150 mil plays no Spotify. Vai ser muito gostoso reencontrar os fãs. Gosto de estar me dedicando, trabalhando para eles, que são o principal fator de estar criando sempre. O que produzo é para eles. Gosto muito dessa energia que a gente troca.
– Como lidou com a pandemia? Como foi o convívio em família nesse período?
No começo foi muito difícil. Não poder sair, malhar, não poder fazer um monte de coisa, para estar se distanciando. Com a família não mudou muito porque a gente já é muito colado, junto. Então não mudou muito e a gente não estranhou nada. Se é que é possível ter lado bom disso tudo, foi que fiquei no grude com a Vitorinha, de 6 anos, que curtiu o fato de podermos viajar bastante. Fiquei muito perto dela, da Ellen e do Pablo. Foi o tempo que mais viajei com eles porque normalmente fim de semana estou na estrada com os shows. Na pandemia pude estar mais perto deles e a gente se grudou ainda mais.
– Se dedicou a alguma atividade nova durante esse período?
O que mais me dediquei foi curtir mesmo nesse período , fazer churrasco em casa, receber os amigos, preparar uns drinks, ir à Paraty, Angra, Búzios… Lugares lindos no Rio e que dificilmente ia por conta de fazer shows. Curtir mesmo eu e a Ellen… Hoje curto mais essa coisa de me divertir assim, em família, queimando uma carne, da forma que todo brasileiro gosta.
-Acha que o mundo vai mudar, depois de tudo que estamos vivendo?
Olha acho que vai mudar sim. Se não mudar depois disso não muda mais. A gente perdeu muitas pessoas próximas, que foram embora sem a gente nem poder dar tchau. Momento muito difícil em que os ser humano acabou entendendo que dependemos só de Deus, que a solução é Ele. Que dependemos de proteção celestial. Porque esse vírus foi uma loucura muito grande. Acho que devemos amar, perdoar um ao outro, de fato. O mundo precisa disso porque é muito duro. Um dia você está com a pessoa e no outro dia não. Alguns perderam várias pessoas da mesma família É hora de olhar com mais amor para o ser humano e manifestar perdão. Porque a vida é um sopro e a gente deve amar ao próximo.
– Como foi a temporada que passou nos EUA, com a família?
Estar nos EUA foi bem corrido, mas muito produtivo. Ficamos 4 meses, não pretendia ficar tanto. Mas foi maravilhoso. Vão vir muitas novidades aí. Foi muito bom estar com minha família lá. Trabalhei bastante, produzi bastante e também curtimos muito. Agora estou de volta ao Brasil para tocar a vida e os compromissos profissionais e trazer para os meus fãs as novidades que produzi lá. Já já estou mostrando tudo isso.
– Em maio você e Ellen renovaram os votos, em Cancún, após 11 anos juntos. Como foi essa surpresa?
A surpresa foi linda. A Ellen preparou uma cerimônia de casamento, sem que eu soubesse, nem desconfiei de nada. Foi lindo, tudo regado com muito amor, muito choro porque eu chorei igual criança. Ela me surpreendeu de fato. Foi lindo. Brinco com ela dizendo que vamos nos casar dez vezes mais. Eu caí bonitinho. E amei, foi sensacional.
– Como é hoje sua relação com Pablo? Qual a importância da família em sua vida hoje?
Minha relação com o Pablo é maravilhosa, meu primeiro filho, mais velho. A importância da família na minha vida é total, sempre foi. E hoje vejo nele um homem feito, fazendo música, e a gente taí curtindo, sendo amigo. E vamos embora para frente, curtindo muito as conquistas que eu venho vivendo muitas. E agora quero celebrar as dele porque eu torço por ele como artista, como homem, é claro. É maravilhoso a gente estar em família. Uma dessas viagens que curti muito foi em 26 de março, quando ele fez 24 anos. Foi muito bacana passar uma temporada na Região dos Lagos, que eu nem conhecia muito. Ele é um moleque muito bom e foi sensacional. Ele merece.
– Você se considera hoje um homem mais maduro hoje? Se arrepende de algo? Como imagina o futuro como músico e homem, depois de tudo que vivemos?
A gente vive e amadurece. O ser humano é as experiências de vida que ele teve. E me arrependo sim, de muita coisa. De bastante coisa que a energia de ter menos idade faz a gente ter. Entendo que as coisas podem ser resolvidas com muito mais tranquilidade. Mas também entendo que era normal ter aquela velocidade era normal, com tanto trabalho, tantas coisas que fiz antes. E Deus permitiu toda aquela adrenalina, tantos shows… E do lado pessoal também, até porque com 20 a gente pensa de um jeito diferente do que pensa com 40 a gente pensa de outro. Então eu , como todo ser humano,quanto mais o tempo passa, mais a gente amadurece.
Como vê o futuro, depois de tudo que estamos vivendo?
Vejo um futuro com mais amor, mais serenidade, mais amor. Valorizando cada vez mais o dia a dia. Isso é fato. Como músico, acho que tudo é mais moderno. E essa modernidade vai fazer com que tudo mude mais ainda. Mas acho que isso é natural, da nossa evolução. E a música não está fora disso. Amo música, compor , me reinventar e me ajustar com toda essa modernidade. O futuro faz a gente correr junto, pensar, se atualizar. E eu tô aí pronto pra degustar assas novidades. Gosto de ser versátil. Fazer música romântica, ao mesmo tempo mais pop, trap, R&B, ou falando do lado mais urbano, do cotidiano, mais enérgico. Gosto de viajar em todas essas ondas. Acho que, como músico, é isso.
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