Recentes estudos no Reino Unido levaram o Serviço Nacional de Saúde britânico a incluir uma lista de 9 novos sintomas associados à Covid-19 em adultos. Isso se deve em grande parte à disseminação da variante Ômicron, e no fato de que os sintomas clássicos da doença não foram tão expressivos em pessoas infectadas por essa variante.
Agora, a lista inclui os seguintes sintomas: falta de ar, fadiga ou exaustão, dores no corpo, dor de cabeça, dor de garganta, nariz entupido ou escorrendo, perda de apetite, diarreia, náuseas ou vômitos.
“Especialistas consideram que a decisão do governo britânico foi acertada, já que a incidência pela Ômicron está muito alta no mundo e ressaltam a importância da testagem de pessoas, mesmo com sintomas mais leves”, explica o farmacêutico Fábio Alonso, CEO do Laboratório Contraprova, referência em testagem para Covid-19, realizando cerca de um milhão de testes durante a pandemia.
Outra preocupação dos especialistas é atualizar esta lista de sintomas nos sistemas de saúde. Desta forma o protocolo de operacionalização é facilitado. Se o paciente chega à unidade de saúde relatando estar com náusea a vômito, por exemplo, e esses sintomas não estiverem incluídos na lista da Covid, o profissional de saúde acaba não solicitando o teste e o diagnóstico correto deixa de ser feito.
A cultura de testar
A testagem é fundamental manter o controle da pandemia. É por meio dela que é possível identificar quem está transmitindo o vírus (mesmo pessoas assintomáticas) e estabelecer seu isolamento. Além disso, quanto mais pessoas forem testadas, menores serão os casos de subnotificação e mais fácil será de entender a prevalência da doença em cada região para que decisões, principalmente em saúde pública, sejam mais assertivas.
Ainda que no Brasil, os números da contaminação tenham se retraído, por conta do avanço da vacinação, a demanda de testagem para eventos, empresas e órgãos públicos segue sendo fundamental. “Porque a pandemia retrocede, mas, durante muito tempo continuarão sendo feitos testes, para eventos, atividades artísticas, em empresas, para concursos, entre outros”, explica Fábio Alonso.
De acordo com o CEO do Contraprova, a covid-19 jogou luz para a importância do diagnóstico molecular para essas doenças respiratórias que as pessoas sempre tiveram. Só que antes da pandemia não havia a cultura de testar. “No pediatra, o diagnóstico é clínico. Geralmente virose. Mas que tipo de virose? O que se está enfrentando? Técnicas mais modernas, como PCR, permitem que se descubra qual o patógeno está acometendo aquela pessoa. Se é influenza, coronavírus, vírus sincicial… No caso da covid, em algum momento alguma variante vai escapar da cobertura vacinal… Então vamos precisar continuar testando. Esse legado vai ficar”, explica Fábio Alonso.
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