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saúde

Foto: divulgação

Por: Dr. Rodrigo Mauro, médico nutrólogo 

A prática do jejum intermitente tem conquistado cada vez mais adeptos, seja devido aos seus resultados de médio e longo prazo ou, seja pela disposição e energia que a maioria das pessoas sente ao praticá-lo. Primeiramente, vamos esclarecer: o que é jejum intermitente? Jejum é algo tão simples quanto não comer. Mas, não comer por quanto tempo? Ficar sem comer por uma hora, é jejum?

É jejum, mas não trará os benefícios que a prática pode oferecer. É necessário um tempo mínimo de adaptação para que estes benefícios aconteçam. No início, eu recomendo que o paciente comece devagar: se ele se alimentava a cada três horas, aumento este intervalo para quatro horas, para experimentarmos como será a adaptação acrescentando uma hora. Parece pouco, mas, muitas vezes, o desafio é muito grande e o paciente não consegue se adaptar, principalmente aqueles que têm resistência à insulina, ou já estão evoluindo para diabetes. E aqui, é um ponto importante: pessoas que têm diabetes, não devem fazer jejum sem acompanhamento nutricional e médico adequado.

Para as pessoas que se adaptaram bem inicialmente, os intervalos de doze, dezesseis e dezoito horas, tendem apresentar melhores resultados, como: redução do nível de insulina e de parâmetros inflamatórios e melhor metabolização dos carboidratos e da glicose. Já estratégias avançadas, como jejum de vinte e quatro e de quarenta e oito horas, eu recomendo apenas para pessoas que já estão acostumadas com a prática e tem um acompanhamento médico rigoroso. E, por que esses benefícios acontecem?

Durante o período do jejum, a pessoa não ingere alimentos em geral (com poucas exceções que falaremos a seguir), principalmente carboidratos e, devido à escassez desta fonte de energia, o corpo vai precisar lançar mão de estratégias metabólicas que já existem desde o nascimento, para regular o nível de açúcar sanguíneo. Daí, vem o principal benefício da prática: ele aumenta a eficiência do corpo em usar fontes energéticas alternativas, como a gordura, por exemplo, para reequilibrar os níveis de açúcar no sangue. Geralmente, durante o período do jejum é permitida a ingestão de água, suco de limão, chás e cafés (todos estes sem adição de açúcares ou adoçantes).

Em última análise, todos nós estamos preparados para nos adaptarmos ao jejum desde o dia que nascemos. A mesma característica que nos deu a vantagem evolutiva em relação às outras espécies, nos traz outros benefícios quando estamos sem comer. É crucial que a pessoa observe como está sendo sua experiência ao praticar o jejum e, caso não se adapte, não deve insistir, procurando assim orientação do médico para realização dos exames e diagnósticos adequados para investigar o motivo da resistência. Esteja sempre em contato com o seu médico.