Por: Luhan Alves (sob supervisão de Claudia Mastrange)
Há mais de um ano enfrentamos um desafio que nunca imaginamos passar: uma pandemia. Com isso, medidas cautelosas tiveram que ser adotadas, como o uso da máscara, distanciamento social e a quarentena. Dentro de suas casas, as pessoas se voltaram ainda mais ao entretenimento como companhia e uma forma de distrair a mente em meio a todo esse caos.
Os números após um ano de pandemia evidenciam esse aumento. De acordo com pesquisa da Kantar IBOPE Media, 58% dos usuários de internet disseram que viram mais vídeo e TV online em streaming pago durante os períodos de isolamento. O tempo em frente à televisão aumentou 37 minutos diários e cada indivíduo passou cerca de 1h49 por dia assistindo a conteúdos em plataformas de streaming.
Entre os entrevistados da NZN Intelligence, 51% se atraiu pelo valor para fazer uma assinatura neste período, enquanto 33% buscava entretenimento. Para 30% dos participantes, estar mais tempo em casa por causa do distanciamento social foi fator determinante para a assinatura.
Já no cenário global de consumo de entretenimento durante a pandemia, o relatório da Motion Pictures Association (MPA) mostra que houve aumento de 26% na assinatura de plataformas, o que corresponde a 232 milhões de novas contas. O total de assinaturas globais chegou a 1,1 bilhão em 2020. O aumento na receita foi de 34%, com arrecadação de US$ 14,3 bilhões.
No Brasil, a Netflix se consolidou por conta dos brasileiros serem fortes consumidores de conteúdo digital. O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de assinantes da Netflix em todo o mundo. A plataforma, que atingiu a marca de 200 milhões de assinaturas no fim de 2020 – com crescimento recorde de 37 milhões de novos usuários durante o ano passado -, conta com 17,9 milhões de usuários ativos por aqui, de acordo com estimativa da empresa de redes virtuais privada Comparitech.
E a plataforma de streaming com maior número no Brasil é a Globoplay. Ela conta com mais de 20 milhões de assinantes do serviço. Nascida com o objetivo inicial de ampliar o alcance da grade linear da TV Globo, a plataforma ganhou vida própria, investiu em conteúdo original e agora faz o caminho inverso, com exibição de suas produções na TV aberta.
Outro motivo para o crescimento dos streamings na pandemia é a insegurança de estar novamente em salas de cinema, teatros e shows. Algumas plataformas como Disney+, HBO GO, Amazon Prime, Telecine, estão oferecendo em seus catálogos lançamentos de filmes e séries.
De acordo com a 21ª Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia da empresa de consultoria e auditoria Pwc, o mercado de Entretenimento e Mídia deve crescer 2,47% ao ano até 2024 no Brasil. A projeção para 2021 é que o mercado brasileiro de Entretenimento e Mídia chegue a US$ 38 bilhões. O valor é 4,5 bilhões a menos do que o projetado na edição anterior do estudo, porém apresenta uma recuperação em relação a 2020. No ano passado, o mercado teve queda de 6,5% na comparação com 2019, (US$ 36,18 bilhões contra US$ 38,71 bilhões).
A tendência é que o Streaming cresça cada vez mais daqui pra frente. E com a concorrência das plataformas, os conteúdos produzidos por elas tendem a ser disponibilizados para grande parte dos brasileiros e com preços mais acessíveis.