A população em idade elegível da Ilha de Paquetá (a partir de 18 anos), incluindo gestantes, participou em larga escala da vacinação em massa realizada no domingo (20). Resultado: 96,3% dos moradores adultos que vivem na ilha foram imunizados contra a Covid-19 . O projeto “PaqueTá Vacinada”, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), visa avaliar os efeitos da vacinação em larga escala na população e é aprovado nos Comitês de Ética em Pesquisa do município e do Ministério da Saúde.
Iniciado pela manhã, o evento reuniu o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga; o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, e a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade. Também estiveram presentes a pneumologista e pesquisadora Margareth Dalcolmo, entre outras autoridades. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, agradeceu, em seu discurso, a adesão dos moradores da ilha ao projeto que envolveu, entre quinta-feira e sábado, a testagem de 2.759 moradores, incluindo 421 crianças, das quais 21% apresentaram exposição ao coronavírus.
“É um momento muito triste; são 500 mil mortes no Brasil, e todos lamentamos muito por isso. É um momento de profunda tristeza, de luto, mas é também o momento de a gente ter esperança e tentar reconstruir um novo futuro. E aqui em Paquetá a gente espera que esse futuro chegue antes. Nossa expectativa é que essa região seja um símbolo para todo o País e que mostre o efeito da vacina em massa na vida das pessoas. A gente espera que a vacina continue salvando vidas, que seja a esperança para colocar não somente a Ilha de Paquetá, mas o Rio de Janeiro e todo o Brasil, em um futuro melhor. A gente estava esperando que entre 20 e 30% das pessoas daqui aderissem à coleta de sangue, mas 70% aderiram à pesquisa. Meu agradecimento profundo a todos os que se voluntariaram”, disse.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ressaltou a importância da imunização em massa em Paquetá como um teste de eficácia da vacina para novas variantes, entre outros aspectos: “Além da vacina da Fiocruz, temos outros agentes imunizantes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Três deles com registro definitivo, e um outro com registro emergencial. Todos são importantes para nossa campanha de vacinação. Todos cumprem seu papel e são úteis para o enfrentamento da Covid-19. Esse estudo realizado aqui, na Ilha de Paquetá, mostra o compromisso do Ministério da Saúde com a pesquisa. Nós já sabemos que essas vacinas aprovadas pela Anvisa são seguras, são eficazes. Mas precisamos compreender alguns outros aspectos em relação à efetividade dessas vacinas, precisamos analisar a efetividade dessas vacinas em relação a outras variantes. É esse compromisso com a ciência que nos dá fé e esperança na superação dessa dificuldade sanitária”, afirmou o ministro.
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, considerou a imunização em Paquetá uma “pesquisa fundamental”: “Uma pesquisa fundamental para avaliarmos o impacto da vacina, que com muito compromisso, com muita responsabilidade, a Fiocruz entrega ao nosso Sistema Único de Saúde. A Fiocruz se sente muito honrada por participar de uma iniciativa construída em conjunto com a Prefeitura do Rio de Janeiro, com a Secretaria Municipal de Saúde e o com o Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde”.
Coube ao ministro Marcelo Queiroga vacinar a primeira pessoa, a escritora Conceição Campos, de 50 anos. “Uma sensação maravilhosa”, segundo ela, moradora de Paquetá desde 2008. “A gente estava esperando muito por esse dia. A adesão da ilha, muito impressionante, vai colaborar com a pesquisa da Fiocruz”, disse Conceição.
A população da ilha abraçou o projeto, que é realizado pela SMS com apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Nos três dias, quase 70% dos moradores compareceram aos postos de testagem, na Unidade Integrada de Saúde Manoel Arthur Villaboim e no Paquetá Iate Clube, onde responderam também ao inquérito epidemiológico. Por dia, cerca de 200 profissionais de saúde e voluntários auxiliaram no atendimento à população insulana.
Crianças e adolescentes passaram por testes rápidos e os maiores de idade fizeram coleta de sangue para exame sorológico. As amostras de sangue foram levadas de helicóptero para a Fiocruz, onde serão analisadas em laboratório. Ao longo de 12 meses, os moradores serão monitorados e uma parte deverá ser chamada para repetir os exames para acompanhamento e verificação dos anticorpos adquiridos após a vacinação com a primeira e com a segunda doses.
Foto: Marcelo Piu/ Prefeitura do Rio